Adoração: esteja você pronto ou não

Para aqueles que lideram ou participam do louvor entre nós, o domingo ou sábado são os destaques da semana, um momento de clímax quando a nossa adoração pessoal se torna, ou pode se tornar, pública. No entanto, poucas são as pessoas (que gostamos tanto de levar à adoração através da música) que estão realmente prontas para se juntar a nós no exato momento em que adentram às portas do templo para um determinado culto. A maioria está apenas começando a orar, ou correndo pra chegar lá a tempo! Heh.

Para muitas pessoas, os cultos de domingo, ou reuniões de sábado, são mais um desafio logístico para ser encaixado em apenas um final de semana. Seja um trabalho inacabado no jardim, um amontoado de roupas pra lavar, uma apresentação ou relatório do trabalho, ou qualquer outra tarefa que não se completou no decorrer da semana. Todos passamos por isso. Enquanto as pessoas querem estar prontas para o culto, todos nós precisamos de certa “ajudinha” para esta transição: ficar longe do mundo das tarefas e listas a se fazer, e adentrar um momento único e legítimo, perto do reino de Deus.

Por esta razão, textos como o de Romanos 15, me inspiram: “Portanto cada um de nós agrade ao seu próximo no que é bom para edificação. Porque também Cristo não agradou a si mesmo, (…) Ora, o Deus de paciência e consolação vos conceda o mesmo sentimento uns para com os outros, segundo Cristo Jesus, para que concordes, a uma boca, glorifiqueis ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto recebei-vos uns aos outros, como também Cristo nos recebeu para glória de Deus”.

Enquanto Jesus fez várias pregações em frente a multidões (mais ou menos como você está acostumado a louvar e pregar em cima do púlpito), Ele também passou uma quantidade significativa de tempo movendo-se entre as pessoas, tocando-as, olhando em seus olhos, vendo seus problemas e estendendo sua mão de amizade e cura. Ele sabia a importância de encontrar o equilíbrio certo entre ser Pregador e Pastor.

Para líderes e participantes do louvor, o equilíbrio entre Pastor, Cantor, Apresentador e “ShowMan”, que muitas vezes devemos lutar contra. Nós gostamos do fato de que as pessoas querem ouvir nossas excelentes ofertas musicais, mas podemos facilmente esquecer que: elas também querem saber se entendemos quem são, onde estão e o que estão passando, e nos perdermos no meio do caminho.

Com isso em mente, avalie e perceba as seguintes dicas para ajudar aqueles que você tanto ama, levando-os a obter corações, mentes e vozes prontas e unidas para o culto, como diz o versículo acima:

• Ministério é serviço, não ser visto!;

Analise o tempo gasto entre as pessoas presentes no saguão, nos assentos, bancos ou corredores da igreja. Deixe-os ver você dizer “Olá!”, apertando as mãos e cumprimentando-os com um forte abraço (afinal somos brasileiros, não?). Quando a música começa eles verão um adorador companheiro e não uma “personalidade” se apresentando no palco aos domingos. Sei que isto não é prático para todas as igrejas e cenários, mas há expressões desta atitude que podem ser trabalhadas em diferentes momentos, seja durante a semana, ou durante a vida da sua igreja (cultos de oração, grupos de interesse, reuniões nos lares, pequenos grupos, etc.). Seja conhecido por quem você é e não apenas pela sua “função” no corpo da igreja;

• Menos é mais, sempre!;

As pessoas normais não fazem pré-aquecimentos vocais durante o caminho para a igreja. Eu sei que existem técnicas comprovadas de canções “de grupo ou ajuntamento” (aquelas que todos sabem o tom e a letra de cor), mas isso ainda não supõe que um crente-cansado-do-trabalho-da-semana pode realmente ir de “zero adorador de chuveiro a Pavarotti máximo” em 60 segundos ou menos. Respeitar as diferenças é caminhar para a unidade;

• Seja paciente e constante;

Tente iniciar o serviço com um curto refrão de uma canção ou hino simples, que seja acessível ou clássico. Lembre-se, seu papel é levar a congregação a cantar em uma única voz. Você não tem que cantar a música inteira, mas talvez um refrão, ou um pedaço que possa realmente fazer a transição dos momentos, entre a chegada e a celebração da grandeza e da bondade de Deus com todos reunidos e juntos. Mas atenção, o tom da música pode destruir ou maravilhar este momento (lembra do versículo de Romanos acima?). Tons mais uníssonos são sempre o melhor caminho para unir pessoas, vozes e gostos musicais diferentes;

• Seja um Facilitador e não um mero Apresentador;

Inicie o serviço de uma forma simples. Jogar alguma música de fundo ou ler um salmo de louvor e adoração a Deus, ou uma das muitas orações das Escrituras que declaram a grandeza e a bondade de Deus é uma boa saída (ou entrada né? hehe). Incentivar a congregação para que leia junto em voz alta. Isso fará suas vozes e corações se alinharem prontos para participar do culto e da celebração ao nosso Deus. Para alguns pode parecer cafona ou ultrapassado, mas um prelúdio e poslúdio (que não precisa ser lúdico nem muito menos formal) cumprem seu papel ao preparar o início dos serviços e amenizar o final de um momento tão gostoso em família;

• Seja senhor da tecnologia, e não escravo;

Algumas igrejas tem utilizado suas mídias sociais durante a última parte da semana para apresentar as músicas que serão cantadas nos serviços do final de semana. Quase sempre, através de um vídeo com trechos das músicas, ou a letra ou o texto-base de uma canção ligada ao sermão ou à temática do culto em si, com imagens postadas no Facebook (ou outra rede social) da igreja. É uma saída no mínimo interessante e descolada de preparar todos para a celebração e festa do serviço dominical;

Há, também, vídeos com contagens regressivas que têm se tornado muito populares, e têm um papel a desempenhar no sentido de obter todos no mesmo “relógio” ou “tempo” em conjunto. No entanto, eu não vejo um relógio de contagem regressiva apenas aparecendo como nítida preparação de corações alguns para a adoração. Lembre-se que um bom texto e uma boa música contemplativa ou reflexiva (a depender do cenário) dão total conta do recado somadas à contagem regressiva;

• Oração e jejum, não fazem mal algum!;

O ministério de louvor é um dos mais atacados por nosso inimigo e nossos pecados e egos. Apresente-se de maneira digna e condizente com o propósito de estar ali louvando: Levar os outros à adoração do Deus vivo! Sejam estes crentes ou descrentes sentados na congregação. “Old but gold”: sua roupa, forma de se portar e sua vida, falam muito mais do que as palavras cantadas que você estiver dizendo ali em cima. Microfone algum esconde caráter, lembre-se disso!

Finalmente, ore pelas pessoas que entrarão na igreja. Ore para que Deus amenize suas cargas durante a semana. Peça ao Senhor por sabedoria na escolha das músicas para cantar e como iniciar a transição do mundo exterior (dessas paredes frias de um prédio chamado igreja) para um lugar de alegria e paz, onde os feitos justos pelo sacrifício de Cristo possam experimentar a presença de Deus através do poder do Espírito Santo (o que nos torna Igreja com “I” maiúsculo);

Afinal, não devemos apenas IR à igreja, devemos SER igreja, não acha?!

Como tem sido na sua comunidade? Concorda, discorda? Conte-nos a respeito, e que Deus seja louvado por nossas experiências e vontades de servir sempre! Pois importa que Ele cresça e que eu diminua,…
Até a próxima!

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