Quero que você pense comigo como o ato de planejar pode ser idêntico ao ato de pregar.
Nenhuma igreja deixaria qualquer um chegar até o púlpito e começar a falar sobre as coisas de Deus livremente (pelo menos em regra, não! Hehe). É preciso tempo, dedicação, graduação e prévia preparação, para citar alguns requisitos. Há um sentido de chamado + paixão, e não apenas um “hobby” ou gosto pessoal.
Se planejar ou executar não é sua vocação, ou paixão, então você deve parar. Se você não quer parar, pelo menos considere crescer e desenvolver melhor esse “hobby” ou gosto pessoal, porque aqui estamos diante de um ponto crucial: a sua idéia, planejamento e execução estão dizendo algo sobre Jesus. Estas coisas estão pregando por você. Por que então, qualquer vídeo, qualquer fonte, qualquer foto ou produção são suficientes pra você?
Um mal projeto, ou execução “de qualquer jeito” fazem Jesus parecer ruim. Vamos apenas concordar com isso! Ou você deixaria qualquer um subir ao púlpito de sua igreja?
Um bom planejamento e execução elevam o nome de Jesus e fazem-no parecer bom. Eu não quero dizer de uma forma superficial e mercadológica, mas da mesma forma que um pastor busca pregar um sermão poderoso e eficaz, como um verdadeiro instrumento nas mãos de Deus para transformar vidas, deve haver muita preparação, energia e exortação para isso.
Então, pergunte a si mesmo:
“Estou trazendo o mesmo nível de habilidade e comprometimento para o que eu estou projetando, planejando e executando?”
Lidere, não chefie!
Acredito firmemente que Deus chamou todos nós para servir e nos deu certos presentes para fazê-lo: nossos dons! De modo que, todos nós devemos participar da vida e ministério de nossas igrejas locais. Mas a segunda parte dessa primeira declaração – “Deus nos deu presentes” – é de vital importância.
Então, muitas vezes vemos alguém ansioso para servir e acabamos jogando-os em algum lugar que esteja fora de seus dons. O cara da equipe de louvor que realmente não sabe ficar afinado, o voluntário na mesa de som, que não tem ouvido pra música, a senhora que faz os “cafés de comunhão” mas que odeia cozinhar, o introdutor que não sabe sorrir, e tantos outros. É fantástico saber que essas pessoas querem servir de coração e devemos absolutamente incentivá-los, mas o nosso papel como líderes também é identificar onde as pessoas podem servir melhor, de acordo com os dons que lhes foi dado.
Nosso papel como líderes é identificar onde as pessoas podem servir melhor, de acordo com os dons que lhes foi dado.
Converse e tenha intimidade com eles. Logo você descobrirá se ele está fazendo o que ama e o que foi chamado por Deus. Se a falta de ânimo e comprometimento surgirem fica o aviso de que algo está fora do lugar. Primeiro veja se você encoraja e anima, em seguida veja se a pessoa está no lugar onde ela poderia produzir e amar produzir. Lembra da trave no seu olho antes do cisco no olho alheio?
Escute mais, fale menos
Ta aí uma coisa que eu demorei a aprender. Nem sempre as coisas que você acha que é bom em fazer, são realmente feitas de forma boa. Amigos de verdade falam o que você precisa ouvir, e não o que você quer ouvir.
Num trabalho em equipe, “feedback” constante é algo essencial para o crescimento e desenvolvimento. As vezes, quando muitos falam que você está sendo chato, é porque você realmente está sendo! Eles não odeiam você por isso. Pelo contrário, te dirão isso porque te amam, e querem ver o ministério crescer da mesma forma que você quer. Escute sua equipe. Se houver intimidade, haverá sinceridade e crescimento.
Você é um facilitador ou um aproveitador?
Reconheça que pessoas sabem mais do que você. Elas sempre existiram e existirão. Não é a toa que fomos criados em um lar, com pai e mãe, para aprender desde cedo, que há um Deus em significância e poder maiores do que os nossos.
No momento em que você percebe que certas pessoas isoladamente são boas, mas conjuntamente poderiam ser espetaculares, é que nasce um bom líder. Não é necessário ler todos os livros recentes de administração e liderança em comunicação (eles são ótimos, claro) pra sacar isso. Mas “gerenciar” pessoas e habilidades pode ser muito mais fácil do que executar propriamente o trabalho. E seu nome ainda vai aparecer nos resultados!
Não falo de forma carnal e egoísta não. Mas faça parte do ministério e do amor de Deus para com todos. Apenas se aproveitar das habilidades e do tempo dos outros, pode sim dar resultados, mas só o seu nome aparecerá na frente. Se der certo, desmotivará os que estão por trás de todo o trabalho. Se falhar, só você receberá as críticas. Não é melhor ter uma equipe grande para comemorar ou chorar juntos, dependendo do resultado? Uma boa festa de aniversário é feita com muitos parentes!
Seja qual for o seu dom: de liderança, de planejamento, ou de execução. Faça para glória de Deus, para aqueles ao seu redor, com os instrumentos e recursos ao seu alcance. No mais, Deus executará Seus planos na história.
Conclusão
Não pense em planejamento e execução como papéis apenas de voluntários na sua igreja, ministério ou departamento. Dê valor a este serviço. Valorizar habilidades e dons espirituais é o papel de um verdadeiro líder. Não é a toa que Jesus escolheu doze homens completamente diferentes para estar ao seu redor. Honre habilidades diversas, valorize pessoas específicas. Porque quando você faz, e faz bem feito, faz com que o coração e o amor por trás da mensagem sejam ainda mais bonitas.
Homenageia-se o “artesanato” que cada um pode fazer, e acima de tudo, homenageia e glorifica o mestre artesão de todos nós: Deus!
Até a próxima! Continue o bom trabalho da vocação que Deus lhe deu. Não esconda, nem deixe ninguém esconder, essa candeia embaixo de uma cama escura e desabitada.
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