Guia de vídeos para igrejas: Frame rates

LIÇÃO 06: FRAME RATES: O QUE É ISSO?

Se você tem acompanhado o guia aqui com a gente, já viu que existem vários detalhes para se preocupar antes de pegar sua câmera e sair filmando e, mais uma vez, viemos aqui aumentar essa lista! Não se preocupe, a gente vai junto com você desvendar esse tal de frame rate.

A razão pela qual os vídeos são comumente chamados de “moving pictures” (imagens que se movem) é porque eles são exatamente isso. Cada segundo de filmagem consiste em um certo número de quadros ou fotogramas (frames) justapostos e o número de quadros em cada segundo é o que vai determinar a cadência do vídeo, o “frame rate”.

Isso pode soar um pouco técnico, mas acredito que você já esteja bem familiarizado com o frame rate. Você já reparou que as novelas sempre deixam um pouco a desejar em relação aos filmes de Hollywood? Em parte isso se deve, para os seus olhos, ao frame rate.

No passado, antes das câmeras digitais, todos os vídeos eram filmados em película, o filme físico mesmo, de 35mm. É o mesmo daqueles desenhos animados antigos e esse tipo de filme podia apenas capturar 24 quadros por segundos, ou fotogramas por segundo (24fps).

Fragmento de película

Hoje, 24fps é ainda o tipo padrão de captura e a maioria dos filmes são filmados assim. Embora a tecnologia já tenha avançado e somos capazes de filmar em uma taxa maior, ainda não houve essa mudança de padrão. Por quê? Quanto mais quadros você tiver por segundo, mais suave e apurada é a imagem e com menos borrões de movimento – o motion blur – e, ainda que isso pareça um ganho em qualidade, não é agradável ao olho humano. O modo como percebemos o mundo está carregado de motion blur por toda parte! Não conseguimos ver tudo claramente o tempo todo. Repare em alguém movendo o braço. Você não consegue ver claramente, quadro a quadro, o braço em cima, no meio e embaixo, não é mesmo? Você apenas vê o braço em cima, alguma coisa sem forma e desfocada e, pronto, o braço embaixo! Por isso, quando vemos vídeos que não contêm a quantidade certa de motion blur, parecem irreais e falsos aos nossos olhos.

A película é também ainda muito utilizada pelo seu padrão de qualidade e custo. A quantidade de memória necessária para armazenar digitalmente, em equidade à película, um fotograma é aproximadamente 10 megabytes (MB). Imagine um longa-metragem, em que a mesma cena é filmada várias vezes: seriam necessários milhões de HDs para comportar toda essa informação!

Mas voltando ao nosso mundo, como já falamos, com a tecnologia hoje podemos filmar em outras taxas de quadros por segundo. Usualmente, temos a 24, 30 e 60fps. Normalmente, procuro sempre filmar em 24fps, seja para vinhetas, pregações, batismo, entrevistas etc, tudo na igreja! Embora 30fps não seja ruim, não é tão satisfatório e próximo do real quanto o 24fps.

Há apenas um caso em que você não deve filmar em 24fps e isso é quando você estiver desejando fazer um slow-motion. Para isso, você deve filmar em 60fps e, depois, na pós-produção, reduzir para 24p e você terá um slow-motion suave, sem aquela sensação de “travamento” nos movimentos. Isso acontece porque quando você captura mais quadros por segundo, está enriquecendo sua cena com mais detalhes. E quando reduzir essa taxa, seu computador não será obrigado a fazer uma interpolação entre as poucas informações que você teria oferecido se tivesse filmado em 24fps para criar novos quadros, preenchendo um movimento que vai se estender por um período de tempo maior do que aquele ocorrido na vida real.

Agora, é importante você saber que nem todas as DSLRs possuem a função de filmar em 60fps e aquelas que têm essa possibilidade, vão exigir que você diminua a resolução da captura para tanto. Alguns celulares já têm embutida essa opção, como é o caso do iPhone 6. Não deixe de se inteirar sobre as funcionalidades da sua câmera para saber suas limitações.

Separamos aqui dois exemplos para você comparar: a primeira cena foi filmada em 24fps e a segunda, em 60fps. É bem sutil, mas repare no motion blur.

E aí, você consegue perceber a diferença? Como você tem filmado suas produções? Compartilhe com a gente e até a próxima!


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