Linguagem audiovisual

LIÇÃO 2: LINGUAGEM AUDIOVISUAL

DESPRENDENDO-SE DO TEATRO

Como já vimos no post anterior, muitas foram as experiências no campo do cinema que, naquela época, ainda era muito ligado às características do teatro. No entanto, começamos a perceber um processo de independência e criação de uma linguagem própria quando a câmera começou a deixar aquela posição estática e levou o olhar do espectador a outras percepções nunca antes exploradas. Aqui, criaram-se os planos, enquadramentos e a dinamicidade, induzindo o olhar àquilo que se quer que o espectador perceba ou focalize.

As narrativas deixaram de apenas apresentar uma história em que seguimos uma linha bem clara de primeiro isso, depois aquilo, em terceiro isso, para também explorar a simultaneidade, apresentando o “enquanto isso”. O filme “O grande roubo do trem”, de Edwin S. Porter, de 1903, foi o primeiro exemplo dessa particularidade e posteriormente, muito copiado. Você consegue perceber as inovações?

EIS A LINGUAGEM

Já aprendemos que o filme é constituído por fotogramas dispostos em sequência que nos dão a impressão de movimento. Nesse pensamento, ele se apresenta pra nós como uma imagem plana, delimitada por um quadro retangular, cuja impressão passada também é de tridimensionalidade e de realidade. Esse espaço resultante, dentro do quadro, constitui o “campo”. Juntamente, aquilo que está fora do quadro, ainda que invisível, tendemos a ter consciência dele, sabemos que se prolonga ao infinito, não configurando estranheza quando há a entrada de um personagem, oriundo desse denominado “fora de campo”.
Campo e fora de campo formam o “espaço fílmico” ou “cena fílmica” que não apenas é determinada por imagens, mas também por sons, que têm importância fundamental para apoiar a condução da narrativa. A relação das imagens nesse espaço, regida por um trabalho consciente de seleções e organizações, entrelaçando escolhas dos elementos como o tempo, espaço, palavra e o som, forma um processo de manipulação que caracteriza a linguagem cinematográfica. Através da edição/montagem e de algumas convenções que vêm sendo usadas e recriadas, essa linguagem vêm sendo afirmada como específica do cinema.

VAMOS À PRÁTICA

Bom, já que o próprio nome do Guia diz ser prático, nada mais justo do que irmos ao que interessa, certo?
Já construímos uma boa base para que você conceitue as suas produções e nas próximas lições vamos começar a discutir sobre aspectos técnicos que você vai se deparar ao colocar a mão na massa. Até lá!


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